domingo, 9 de setembro de 2012

Produção de Nanocápsulas de Triptofano- Revisão Prévia sobre o Tema - 2ª Parte

Produção de Nanocápsulas de Triptofano- Revisão Prévia sobre o Tema - 2ª Parte
 
 

“O Triptofano é um aminoácido essencial usado pelo cérebro – junto com a vitamina B6, niacina (ou niacinaminda) e magnésio – para produzir serotonina, um neurotransmissor que leva as mensagens entre o cérebro e um dos mecanismos bioquímicos do sono existentes no organismo” (MINDELL, 1986).
Os aminoácidos são as estruturas fundamentais das proteínas, até se poderia dizer que ele é a matéria prima da proteína. Os aminoácidos são ácidos orgânicos que encerram em sua molécula um ou mais grupamentos Amina. Existem vários tipos de aminoácidos, sendo os mais importantes os alfa-aminoácidos. Qualquer molécula de aminoácido tem um grupo carboxila (COOH) e um grupo amina ligado a um átomo de carbono. Nesses mesmos carbonos ficam ligados ainda um átomo de hidrogênio e um radical (R). O radical (R) representa um radical orgânico, diferente em cada molécula de aminoácido encontrado na matéria viva. Os aminoácidos possuem caráter anfótero, ou seja, quando em solução podem funcionar como ácidos ou como bases. Os aminoácidos são as estruturas fundamentais das proteínas.

Cada aminoácido consiste de um grupo amino (-NH2) básico (alcalino), um grupo carboxí1lico (-COOH) ácido e uma cadeia lateral (grupo R) que é diferente para cada um dos 20 diferentes aminoácidos. Cada variação no número ou na sequência de aminoácidos produz uma proteína diferente, sendo que uma grande variedade de proteínas é possível. A situação é semelhante à utilização de um alfabeto de 20 letras para formar palavras. Cada letra seria equivalente a um aminoácido, e cada palavra seria uma proteína diferente.
Existem, aproximadamente, 500 tipos de aminoácidos na natureza. No entanto, somente 20 atuam como constituintes das proteínas do nosso organismo. Combinações complexas destes 20 tipos resultam em mais de 100 mil tipos de proteínas.

E o Triptofano é a matéria prima da serotonina que é o neurotransmissor essencial responsável pelo bom humor, pela alegria e antidepressão. Porém, não sendo a serotonina capaz de atravessar a barreira hematoencefálica quando os seus níveis são insuficientes, apenas uma toma de suplemento em triptofano ou em 5-HTP, os seus dois precursores, permite elevar esses níveis de forma eficaz.
O L-triptofano e o 5-HTP são metabolizados em serotonina seguindo a mesma via metabólica. Apesar disso, algumas pessoas reagem melhor a um suplemento de L-triptofano do que de 5-HTP.
Algumas das fontes naturais do Triptofano são: germe de trigo, castanhas, requeijão, leite, carne, peixe, peru, banana, tâmara, amendoim, linhaça, todos os alimentos ricos em proteínas.
TRIPTOFANO

                                                                                                                     

 
 
SEROTONINA
 
                                                                
O triptofano é comum em plantas como constituinte de proteínas e precursor intermediário da biossíntese de várias substâncias indólicas, entre elas o ácido indolacético (HAGGQUIST et al., 1988). Segundo Gordon & Paleg (1961), os fenóis, em condição de oxidação, reagem com o triptofano para formar a auxina (ácido indolacético). Schneider & Wightman (1974) e Shingh (1981) também citam o triptofano como precursor na formação do ácido indolacético (AIA). O nível de triptofano nas células das plantas é controlado pela sua própria concentração e que existe uma concentração normal deste aminoácido nas células que será provavelmente transformado em auxinas (WILDHOLM, 1971).
A presença de triptofano no nosso organismo contribui para :
• Induzir o sono de forma natural;
• Reduzir a sensibilidade à dor;
• Atuar como um antidepressivo natural;
• Aliviar as enxaquecas ou dores de cabeça;
• Contribuir para a redução da ansiedade e da tensão;
• Ajudar a aliviar alguns sintomas dos distúrbios bioquímicos relacionados com a ingestão de álcool e no controle do alcoolismo.

Existe uma teoria que diz que o consumo de carboidratos eleva a quantidade de triptofano no cérebro. Mesmo após uma refeição rica em alimentos que são fontes naturais de triptofano, pouco triptofano atinge o cérebro devido à competição com outros aminoácidos. Contudo, depois de uma refeição rica em carboidratos, a insulina atua mais intensamente sobre os aminoácidos, realizando uma melhor distribuição dos mesmos. Deste modo, uma quantidade maior de triptofano é direcionada para o cérebro.
Os carboidratos podem também ter efeito sobre a fadiga central por adiar o aumento da concentração plasmática de triptofano livre. A ingestão de carboidratos antes ou durante o exercício proporciona redução do aumento da concentração de ácidos graxos livres no plasma, provavelmente por estimular a secreção de insulina e inibir a lipólise (WRIGHT et al., 1991; WIDRICK et al., 1993; MCCONELL et al., 1999), além de retardar também o aumento da concentração de triptofano livre durante o exercício prolongado. (DAVIS et al., 1992).
O triptofano livre compete com BCAA (Branch Chain Amino Acids - Aminoácidos de Cadeia Ramificada) pela entrada através dos sistemas L de transporte da barreira hematoencefálica (sistema de transportadores específicos de aminoácidos neutros que transportam, além do triptofano, outros cinco aminoácidos: tirosina, fenilalanina e os aminoácidos de cadeia ramificada leucina, isoleucina e valina através da barreira hematoencefálica). Uma das funções deste sistema de transporte é suprir o encéfalo de grandes aminoácidos neutros.
 Durante a recuperação pós-operatória em pacientes ocorre um aumento na razão triptofano/BCAA (YAMAMOTO et al., 1997), fato também observado em animais com quadro de fadiga após exercício (BLOMSTRAND et al., 1989). O alto nível de triptofano plasmático livre em comparação com BCAAs pode resultar em aumento da entrada de triptofano no cérebro em várias regiões além de sinaptossomos estriatais (YAMAMOTO et al., 1997). Uma vez que o triptofano é o precursor para 5-HT, isto poderia resultar em um aumento dos níveis de 5-HT no cérebro, consequentemente, podendo levar ao quadro de fadiga, o que causa um decréscimo na força muscular. Este é um efeito colateral do triptofano no organismo humano.

Nanopartículas consistem de uma matriz polimérica (nanoesferas) ou de um sistema reservatório no qual um centro oleoso é circundado por uma parede polimérica (nanocápsulas) (BARRATT, 2000). Os polímeros indicados para a preparação de nanopartículas devem ser biodegradáveis e biocompatíveis, tais como poly(alquilcianoacrilatos) e poliésteres como o poli(ácido lático) (PLA), poli(ácido glicólico), poli-ε-caprolactona (PCL) e seus copolímeros.
Os sistemas carreadores nanoestruturados apresentam dimensões situadas entre 10 e 1000 nm e diferem entre si de acordo com a composição qualitativa e organização em nível molecular (COUVREUR e VAUTHIER, 2006).
As nanocápsulas são carreadores de fármacos formados por um invólucro polimérico disposto ao redor de um núcleo lipofílico, podendo o fármaco estar disperso ou dissolvido no núcleo lipofílico e/ou adsorvido à parede polimérica (SCHAFFAZICK, GUTERRES et al., 2003). As nanoesferas, por sua vez, não possuem óleo em sua composição, estando o fármaco retido e/ou adsorvido a matriz polimérica. Já as nanoemulsões, são emulsões submicrométricas nas quais uma dispersão líquido-líquido é estabilizada por agregados de tensoativo.

Como se pode ver o aminoácido triptofano exerce um papel importante sobre o organismo humano e a administração de triptofano através de nanocápsulas combateria, em grande parte, o problema da competição com os outros aminoácidos e seu efeito colateral. Porém, isto carece de um estudo mais aprofundado, sendo este o objetivo do nosso trabalho.

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