segunda-feira, 10 de setembro de 2012


Produção de nanocápsulas de Triptofano- revisão prévia sobre o tema –3ª parte


O Triptofano é um aminoácido essencial usado como suplemento dietético e no tratamento do stress e hiperatividade (em crianças) e também usado no tratamento da depressão e de distúrbios do sono (2). Em aplicações farmacêuticas, o L-triptofano é usado como um ingrediente ativo em antidepressivos e hipnóticos. Na área de nutrição clínica é um componente indispensável em infusões de aminoácidos e em dietas enterais e oral (3).
Este aminoácido é prontamente absorvido do trato gastrintestinal. O triptofano é extensivamente ligado à albumina sérica. É metabolizado a hidroxtriptofano para serotonina e outros metabolitos, incluindo derivados de kinurenina, e excretado pela urina. A piridoxina e acido ascórbico parecem estar ligados neste metabolismo (1).  O triptofano é um precursor da serotonina. Devido a depleção de serotonina no SNC é considerado ser ligado a depressão, sendo usado no tratamento da mesma. A piridoxina e acido ascórbico são considerados sendo envolvidos no metabolismo do triptofano para serotonina e são algumas vezes dados concomitantemente.
Reações Adversas:
Náusea, dor de cabeça e tontura tem sido relatados. Tem havido relatos ocasionais de desinibição sexual, discinesias reversíveis, e rigidez parecida com a Parkinsoniana reversível em pacientes tomando triptofano com ou depois de fenotiazinas ou benzodiazepínicos.
Um aumento na incidência de tumores de bexiga foi relatado em camundongos que tomaram L-triptofano em associação com colesterol.
O 5 hidroxitriptofano, um intermediário na conversão do triptofano em serotonina, tem ação estimulante central assim como relatos de efeitos neurotóxicos(1).
Referências:

1.  MARTINDALE –The Extra Pharmacopoeia.29ªEd. 1989.
2.  BATISTUZZO, J.A.O., ITAYA, M., ETO, Y.Formulário Medico Farmacêutico.3ed, São Paulo: Pharmabooks, 2006.



Nanocápsulas

As nanocápsulas (NCs) são compostas de um núcleo oleoso envolto por uma membrana polimérica com surfactantes lipofílicos e/ou hidrofílicos na interface. Para a preparação das nanocápsulas são utilizados polímeros geralmente na concentração de 0,2 a 2% (p/p) (Devissaguet & Fessi, 1991). Surfactantes hidrofílicos e lipofílicos também são utilizados, usualmente de 0,2 a 2% (m/m), e os óleos utilizados podem ser vegetais ou minerais, devendo apresentar ausência de toxicidade, não serem capazes de degradar ou  solubilizar o polímero e alta capacidade de dissolver a droga em questão (Legrand  et al.,1999). Nanocápsulas são carreadores de escolha para a administração intravenosa de substâncias lipofílicas, pois são constituídas por polímeros estáveis, com baixa toxicidade e capacidade de degradação no organismo. Podem ser classificadas como convencionais ou furtivas (Mosqueira, 2000). As nanocápsulas convencionais podem ou não conter poloxamer 188 (surfactante) adsorvido à suas superfícies (PLA-POLOX e PLA nua, respectivamente), e acumulam os fármacos encapsulados em células do sistema fagocitário mononuclear (SFM). Já as nanocápsulas furtivas (PLA-PEG) representam um tipo especial de partículas com cadeias de PEG ligadas covalentemente à superfície. Essa modificação permite que as nanocápsulas quando injetadas por via intravenosa, escapem das células do SFM (Owens &  Peppas, 2006).
Existem vários métodos para a preparação de nanopartículas poliméricas, que podem ser divididos em duas classes principais (Legrand  et al,1999): a primeira engloba a maioria dos métodos, que consistem em reações de polimerização, enquanto a segunda baseia-se na precipitação interfacial de polímeros pré-formados, denominada nanoprecipitação (Fessi et al., 1989).

Características físico-químicas das nanocápsulas

A caracterização físico-química das nanocápsulas é tecnicamente complexa de ser realizada em função de sua natureza coloidal e da variedade de constituintes que compõem as formulações. No entanto, a determinação destes parâmetros é de extrema importância, pois avalia a estabilidade das preparações e permite determinar o perfil de distribuição das nanoestruturas, bem como sua interação com células do SFM após administração intravenosa (Barratt, 2000; Legrand  et al., 1999). A análise morfológica, a distribuição do tamanho das partículas, a determinação do potencial elétrico superficial (potencial zeta) e da cinética de liberação do fármaco a partir das nanopartículas são técnicas geralmente usadas nessa caracterização (Legrand et al., 1999).

Potencial zeta das nanocápsulas

Muitas técnicas têm sido desenvolvidas e utilizadas para estudar a modificação de superfície de nanopartículas poliméricas (Soppimath  et al., 2001). Um método eficiente para avaliar este parâmetro é a determinação do potencial zeta (ζ) de superfícies aquosas contendo nanopartículas (Legrand et al., 1999).


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